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domingo, 14 de abril de 2013

ECUMENISMO E ESPIRITUALIDADE


Este texto está no site da TLIG - True Life in God

ECUMENISMO E ESPIRITUALIDADE
Em novembro de 2001 Vassula foi convidada para um simpósio oficial sobre ecumenismo em uma localidade chamada Farfa, fora de Roma. Ele foi organizado pelas irmãs de Santa Brígida. Vassula estava representando o ponto de vista de uma pessoa leiga a respeito da unidade. Cada participante tinha uma hora para falar seguido de um debate com perguntas. A delegação completa consistia de Católicos Romanos e Luteranos. O Bispo Católico da Suécia estava lá como também muitos professores de teologia e monsenhores e diferentes clérigos. Os quatros dias de simpósio teve muitos palestrantes, todos eles teólogos e clérigos, com exceção de Vassula.
Quando Vassula terminou sua alocução e esperava por perguntas para começar o debate, um teólogo que conduzia o simpósio estava chorando. Então ele disse: "Este sermão sobre unidade que acabamos de ouvir foi o sermão mais fervoroso que eu jamais ouvi em minha vida inteira. Portanto, eu não quero que nenhuma pergunta seja feita aqui, porque esta foi uma voz profética falando e quando trata-se de uma profecia, e gente ouve e faz o que nos está sendo pedido."


O CHAMADO DE DEUS A SEU POVO


Vassiliki Rydén



Senhor, eu rezo como Vós rezastes: que todos sejamos um, como o Pai está em Vós e Vós estais Nele, para que, assim, o mundo possa crer que o Pai Vos enviou. Por isto rezamos também pelos cordeiros que não são do Vosso aprisco para que também eles escutem a Vossa Voz. Rezamos para que o mundo possa chegar a amar-Vos de hoje em diante. Amém.
Introdução
Primeiro e principalmente, dou graças a Nosso Deus por estas reuniões espirituais, porque é uma graça dada por Deus a todos nós, dando-nos oportunidades de expandir o Seu Reino, aproximando-nos na reconciliação. Então, cada delicadeza da nossa parte para restaurar a integridade da casa de Cristo toca profundamente o Senhor. Cada passo dado em direção à unidade espiritual todo o céu se rejubila! Cada oração oferecida pela restauração do Corpo de Cristo, reduz a ira do Pai. Ao unir-nos em Seu Santo Nome pela unidade, Suas bênçãos se derramam sobre aqueles que compartilham desses encontros. Por isto dou graças a Deus que nunca nos falta.
Neste momento gostaria de partilhar com vocês uma introdução para o papel de um leigo na Igreja e depois três temas. O primeiro tema é sobre a metanóia, fruto da humildade que nos conduz à reconciliação e à unidade, o segundo é sobre o pecado da nossa divisão e o terceiro é sobre o papel do Espírito Santo que nos conduz à unidade.
Quando recebi este convite para falar sobre uma espiritualidade ecumênica fiquei relutante em colocar em palavras a minha experiência particular com Deus. Não me atreveria a formular uma "espiritualidade" classificada pela minha própria e íntima "conversa com Cristo". Deixaria a liberdade de Deus que suscitou profetas e falou e Se revelou "de muitas e variadas formas" (Heb 1,1) para conduzir novamente Sua mensagem através de uma mão débil, um membro do Corpo de Cristo. Neste sentido, o que vem a seguir é uma maneira diferente de testemunho da tradição mística da Igreja. Portanto, o que vocês escutarão neste momento não é um discurso teológico acadêmico, simplesmente porque eu não sou teóloga, mas um verdadeiro exemplo vivo de testemunha leiga para a unificação quando é chamada por Deus ao Seu serviço
Eu mesma venho da Igreja Ortodoxa Grega. No nosso livro de doutrina da Igreja Ortodoxa, Primeiro Volume, publicado em 1977 pelo senhor Trembelas, na página 79, lê-se: "Revelações são definidas como um ato tomado por Deus através do qual Ele informa às Suas criaturas dotadas de razão, acerca dos mistérios da Sua Existência, da Sua Natureza e da Sua Vontade, conforme as limitadas capacidades intelectuais destes..." Vale a pena ler a página 78 onde se descreve a necessidade de o próprio Deus guiar o Seu povo. Há muito mais referências sobre o papel do leigo na nossa Igreja Ortodoxa, mas a limitação do tempo nos impede de analisá-las detalhadamente aqui.
Sabe-se muito bem que o Concílio Vaticano II destacou o quanto é importante que o leigo contribua para divulgar a Boa Nova através dos vários Dons que Deus confere a Sua Igreja. NaLumen Gentium, o Concílio claramente estabelece que o leigo participa no serviço profético de Cristo. Cristo preenche o Seu serviço profético, não somente pela hierarquia como também pelo laicato. Ele harmonicamente estabelece a ambos como testemunhas e os favorece com o sentido da fé e da graça da palavra (LG 35). Cada leigo tem uma parte a realizar nesse serviço do Evangelho, conforme o carisma que Deus lhe deu e esses Dons que lhe foram dados são ao mesmo tempo testemunhas e instrumento vivo da missão do Próprio Cristo, "segundo o dom de Cristo" (Ef 4,7). É óbvio, então, pelo que a Igreja calcula, que os leigos têm um papel realmente muito importante a desempenhar no mundo e que os carismas que o Espírito Santo estende sobre o Seu povo, são sempre para o serviço da comunidade e para o benefício da Igreja.
Desde o início deste chamado, Nosso Senhor por graça aproximou-Se de mim com prodigalidade real, dirigindo-Se a mim na poesia, pois a religião e a virtude foram a Sua doce conversa durante estes últimos dezesseis anos comigo. Sem nenhum mérito eu fui chamada e respondi; as Escrituras dizem: "Eu acreditei, e portanto, esta é a razão pela qual eu falo." (2Cor 13). Então o Senhor me pediu para conhecê-Lo, e conhecendo-O Ele me mostrou a Sua Cruz da unificação.
Uma das primeiras palavras de ordem de Cristo para mim foram estas: "Qual é a casa que é mais importante, a tua casa ou a Minha Casa?" Eu respondi: "A Vossa Casa, Senhor." Então, Ele disse:"Reaviva a Minha Casa, embeleza a Minha Casa, une a Minha Casa". Eu fiquei chocada, desamparada e me senti miserável. Lamentei: "Não sei como fazer tudo isto. Eu não sei nada!"Cristo, então, disse: "Permanece um nada; Eu quero um nada e na tua nulidade Eu mostrarei a Minha Autoridade, Meu Poder e Aquilo que Eu Sou; então morre para ti mesma e permite que o Meu Espírito Santo respire em ti." Desde então Ele me pediu para caminhar com Ele, mas depois de ter atravessado muitas fogueiras espirituais. Desta forma eu recebi a semente de Deus, sem nenhum mérito. Está escrito: "Ninguém pode receber nada se não lhe for dado do céu." (Jo 3, 27).
Este trabalho do Espírito Santo está impresso em onze volumes e traduzido para 40 línguas diferentes (publicado geralmente pelo nome de: A Verdadeira Vida em Deus). Nestes escritos espirituais vemos o quanto Deus nos dá oportunidades de aperfeiçoar-nos e nos tornarmos capazes de deificação através da Sua Divindade e de nos tornarmos deuses por participação. Estes frutos do Seu trabalho são numerosos, porque vêm do Senhor, e tudo de bom vem do Senhor. É conveniente mencionar um deles. Hoje em todo o mundo existem mais de mil grupos de oração ecumênica que se formaram por causa destes escritos inspirados que têm o nome de "A Verdadeira Vida em Deus". Estes grupos de oração ecumênica são formados por igrejas de diferentes denominações que se reúnem para rezar juntos pela unificação e pela reconciliação das igrejas. Destes grupos nove casas de caridade já foram abertas para alimentar os pobres e necessitados. Elas se chamam Casa Beth Myriam, que significa Casa de Maria. Haverão outras que se abrirão pela graça de Deus, num futuro próximo estarão também em operação.
Pela graça de Deus eu fui convidada até agora para 60 países, para testemunhar as grandes obras de Deus. Isto aconteceu em mais de 700 encontros, para Católicos Romanos, Ortodoxos e para várias outras igrejas. Eu não poderia recusar a me dirigir aos nossos outros irmãos e irmãs que não são Cristãos. Nosso Senhor abriu realmente uma porta para os não-Cristãos e, assim, eu fui chamada para falar aos Judeus, bem como aos Hindus, Muçulmanos e Budistas, os quais, depois de lhes ter dirigido a Palavra de Deus, encontram a sua liberdade e reconciliação com o Deus Trino, e pedem o sacramento do batismo. Pois, Cristo rezou ao Pai para isto e disse: "Não rogo apenas por eles mas por todos aqueles que acreditarem em mim pela sua palavra." (Jo 17, 20).
Em Março de 2000, o Senhor nos permitiu reunir-nos no lugar do Seu nascimento, Belém. 450 pessoas vieram de todos os lugares; sim, de mais de 55 países e de 12 diferentes igrejas para um encontro internacional de oração pela paz e pela unidade. Encontramo-nos como uma só família. Conosco havia 75 clérigos, também das 12 diferentes igrejas que vieram, como também outros clérigos da Terra Santa que, ouvindo falar sobre este encontro de oração, juntaram-se a nós. Este acontecimento ecumênico foi coordenado por alguns Judeus e Palestinos que foram tocados pelos escritos inspirados de "A Verdadeira Vida em Deus". Eles acreditaram na redenção de Cristo e no Seu plano de salvação para os dias de hoje e quiseram voluntariamente organizar este encontro.
Quando se sabe que nos dias de hoje, Palestinos e Judeus estão em luta uns contra os outros, a sua reconciliação é um sinal do poder do Espírito Santo que juntou estas duas nações para trabalhar pelo encontro pela paz entre os Cristãos divididos. Como dizem as Escrituras: "Quando os pacificadores trabalham pela paz semeiam as sementes que darão frutos de santidade" (Jr 3, 18). Isto é uma lição para todos nós.
Observar todos esses clérigos vestindo diferentes vestimentas, sendo todos Cristãos, um junto ao outro, sorrindo, compartilhando e não colocando qualquer diferença entre eles, participando das orações e da Liturgia, foi claramente um triunfo para o Senhor. Nós vivemos e experimentamos como será um dia a unidade entre os Cristãos e demos glória a Deus. Antes das palestras e das introduções, tivemos todos os clérigos enfileirados para formar uma procissão. Foi admirável. Alguns portavam ícones, outros imagens do Sagrado Coração e uma imagem da Virgem Maria; nessa ocasião uma imagem de Nossa Senhora foi levada por um pastor Luterano e ele estava muito orgulhoso por isto. Outros traziam incenso, outros traziam velas, clérigos Grego-Ortodoxos traziam rosários envoltos nos seus pescoços que haviam sido enviados com as suas Cruzes e Panayias, juntamente com os rosários dos clérigos Católicos Romanos, e todos eles marcharam com o cântico de um hino Bizantino, o Kyrie Eleyson.
Tivemos palestras que nos foram proferidas sobre a unificação por clérigos de diferentes igrejas. Suas palestras ressoaram como se viessem todas de uma única voz e uma única mente. Sentimos o imenso desejo de todos nós sermos um, durante as suas palestras. Houve até mesmo um momento emocionante quando diversos clérigos de diferentes igrejas foram ao pódio e um Padre Católico Romano caiu de joelhos e circulou, beijando os pés de todos os outros clérigos, pedindo-lhes que o perdoassem. Com este gesto espontâneo de humildade, um Padre Copta que se emocionou até as lágrimas, fez a mesma coisa e ajoelhou-se para beijar os pés dos seus irmãos em Cristo. Nós vimos e observamos a ânsia que os leigos e os clérigos tinham pela unificação. Mas, sentimos ao mesmo tempo, as enormes feridas que a nossa divisão produziu no Corpo Místico de Cristo e esta é a razão pela qual nos sentimos tão alegres e consolados em experimentar estes gestos sinceros de humildade e reconciliação. Se este tivesse sido um encontro oficial e se fôssemos nós autoridades da Igreja e tivéssemos o poder e a autoridade, teríamos realizado a unificação ali mesmo e, depois, anunciado isto ao mundo inteiro.
A maioria de nós está cansada desta divisão, porque isto não está de conformidade com a nossa lei de amor. Cristo está cada vez mais cansado de nos ver divididos. Os gritos e aclamações de alegria de todas estas nações que estiveram juntas, implorando por uma completa unificação entre os Cristãos, demonstraram ali que esta divisão não é somente um pecado, mas um verdadeiro crime. Então, eu vos digo que o maior de todos os crimes é manter separadas as datas da Páscoa. Como vai ser bom quando dissermos juntos, em voz alta: "Christos Anesti" ("Cristo ressuscitou!") todos, a uma só voz, no mesmo dia. Digamos todos: "Seja feita a Tua Vontade, na terra como no Céu..." Então, o que é que está impedindo as autoridades da Igreja de fazerem a Vontade de Deus e de declarar a sua reconciliação se os leigos e os padres do mundo todo já estão vivendo a unificação? A unificação começou ontem... nós a vimos... nós a vivemos... desfrutamos dela, e queremo-la tanto quanto o Espírito Santo a quer. Jesus Cristo nos uniu com o Seu Sangue, então, como pode alguém negar essa unificação? "Anulando a Lei dos mandamentos expressa em decretos, para fazer em si mesmo, dos dois, um só homem novo; estabelecendo a paz e reconciliando ambos com Deus num só corpo pela cruz; e matando em si mesmo a inimizade." (Ef 2, 15-16). Como podemos dizer "não" a Deus, se Ele nos quer unidos? Pode ser porque o nosso coração tenha endurecido? Esquecemos as Palavras do Santo Padre quando ele diz: "Os elementos que nos unem são muito maiores do que os que nos dividem"?Então, devemos tomar estes elementos e usá-los para aplainar o caminho para uma completa unificação.
As graças que recebemos naqueles dias na Terra Santa foram sem conta. Um Arquimandrita Grego-Ortodoxo do Patriarcado de Jerusalém, tendo sabido que nós estávamos lá, chamou todas as 450 pessoas e nos convidou a irmos à Igreja do Santo Sepulcro e, no dia seguinte, ao Monte Tabor, para estarmos presentes à Liturgia e até mesmo tomarmos parte nos dons pré-santificados, se quiséssemos e acreditássemos na Santa Presença de Jesus na Santa Comunhão.
Foram tantos momentos de alegria ao ver Ortodoxos, Luteranos, Católicos, Anglicanos, Batistas, etc. rezando juntos o rosário, um junto ao outro sem se retrair porque esta oração é supostamente rezada somente pelos Católicos romanos. Pelo contrário, não estabelecemos diferenças. A oração do Rosário nos ligou juntos, e a exposição do Santíssimo Sacramento para adoração, mais ainda, pois, diante de Nosso Senhor nos ajoelhamos e nos sentimos nessa unidade que éramos, realmente, os filhos e filhas do Altíssimo, porque cada um era movido pelo Espírito (Rm 8, 14) e, como crianças que pertencem à mesma família, juntos, lado a lado, nós éramos um e não um contra o outro, pois o espírito de diferenciação não se encontrava mais entre nós. Nestes momentos nos demos conta de que estávamos vivendo pela graça e não pela lei (Rm 6, 14). Nossos corações estavam ligados juntos e, na presença de Cristo, nos sentimos verdadeiramente unidos no espírito e no Amor de Deus. Realmente, nesses momentos tínhamos uma mente e um só coração, tudo unido no Coração de Cristo. Mais tarde, todos os clérigos disseram que ao retornarem para casa continuarão a promover esta unidade espiritual e testemunharão aos seus irmãos aquilo que viveram e viram, para que também eles se alegrem num único Senhor.
Daquilo que nós participamos durante nossa peregrinação de unificação na Terra Santa, sentimos que as orações são muito mais poderosas do que nossas palestras e diálogos porque dificilmente abríamos nossas bocas para rezar juntos e nossas orações já eram ouvidas e respondidas. Justamente quando o Santo Padre, em Outubro de 1986, convidou representantes das grandes religiões do mundo para que, em Assis, rezassem pela paz, um ao lado do outro, deveríamos ter seguido esse exemplo e ter promovido muitos mais desses encontros de diálogo inter-religioso dali em diante.
E agora, finalmente, após essa introdução, vou entrar no meu primeiro tema que é sobre a metanóia.
O Chamado de Deus Para Uma Profunda metanóia, Fruto da Humildade Que Nos Conduz À Reconciliação e À Unificação
Nós, o povo da Igreja, devemos considerar que estamos vivendo em constante pecado, o pecado da nossa divisão. "Todo reino dividido contra si mesmo acaba em ruína. Nenhuma cidade ou casa dividida contra si mesma poderá sustentar-se." (Mt 12, 25). Mesmo que esta divisão não venha diretamente de nós, mas de nossos antepassados, ainda assim, estamos mantendo-a viva enquanto permanecermos divididos. Não podemos dizer que Deus é servido quando os pastores ainda estão separados. Nós não podemos nos atrever a falar sobre unificação sem passarmos por uma metanóia e colocar em prática os dois maiores mandamentos de Deus. Seria como se quiséssemos construir uma casa sem estabelecermos antes os seus fundamentos. Os fundamentos da unificação devem ser a humildade e o amor divino e a conversão dos nossos corações. Pois, como poderemos acreditar que poderemos alcançar a unificação se não nos arrependermos e vivermos integralmente os dois maiores mandamentos que são baseados na lei e no amor? As sementes da unificação podem ser constantemente semeadas numa terra infértil e árida e nenhum rebento florescerá naquele tipo de aridez, que representa a dureza do nosso coração. Temos que nos sentar e perguntar a nós mesmos: "será que estamos considerando a unificação segundo nossa própria mentalidade, e é por isso, talvez, que ainda estamos separados, ou nós a estamos procurando segundo o deseja o Espírito de Deus, mas nós não estamos de acordo com essa unificação?"
É por isso, tendo em mente o temor do Senhor, sabendo que Deus sabe o que nós somos em realidade, uma verdadeira metanóia é o primeiro e maior passo que se exige, que possa então nos proporcionar a necessária luz para levar-nos a todos para o âmago de uma unificação espiritual. Esta metanóia de que necessitamos é em si mesma um poder colossal que nos transfigura e produzirá muitos frutos. Sejamos, então, ricos em pobreza, como os padres que caíram de joelhos, chorando e beijando os pés dos seus irmãos pertencentes às outras igrejas, pedindo-lhes perdão, deste mesmo modo arrependamo-nos na humildade.
Temos que derrubar os velhos tijolos dentro dos nossos corações, tijolos de intolerância, orgulho, falta de perdão, infidelidade, desunião, falta de amor, e reconstruir a Igreja de Cristo dentro dos nossos corações reconhecendo-nos uns aos outros nos nossos corações, permitindo que Deus seja muito mais em nós para que Ele nos traga a Sua Paz. Tem que ser uma kenosis (auto-esvaziamento) dada por Deus a partir de uma profunda metanóia, somente assim Deus nos preencherá largamente Consigo Mesmo, e então nós seremos "como uma oblação aceita e santificada pelo Espírito Santo" (Rm 15, 16). Como sabemos, Deus se doa incessantemente a nós para manter viva a nossa alma, mas, após a nossa metanóia Deus Se manifestará a nós em poder e graça enquanto Ele estiver mostrando os desejos do Seu Coração, mostrando-nos como usar a chave para a unificação. Uma metanóia não somente nos conduzirá a uma conversão de coração, mas uma total transfiguração acontecerá, porque a metanóia é a porta que conduz as almas da escuridão à luz. No entanto, até hoje não podemos dizer que caminhamos na luz, pois ainda estamos divididos e fragmentados; se não entramos na luz, como é que poderemos ver a Vontade divina de Deus crescer na unidade e sabermos de que maneira Ele a deseja? Quem somos nós para sentirmos o nosso caminho e para onde é que estamos caminhando se ainda estamos na escuridão? Se não nos apressarmos, aquela pequena chama bruxuleante que resta em nós se apagará. Precisamos nos apressar e colocar de lado todos os nossos preconceitos e ao contrário derramar óleo das nossas reservas de humildade e de amor para reavivar esta chama bruxuleante, transformando-a numa chama viva.
Então, cada igreja estará desejosa de morrer para o seu ego e para a sua dureza e, então, por este ato de humildade, a presença de Cristo está brilhando neles. Cada igreja deve seguir através de um incessante arrependimento e inserir-se em Cristo, unindo-se ao Seu amor pela humanidade. Com este ato de humildade, as faltas do passado e do presente da igreja serão purificadas e a unificação se completará. Quando baixarmos nossa voz começaremos a ouvir a Voz de Cristo. Somente quando baixarmos nossas cabeças deixaremos que a Cabeça de Cristo seja vista e não a nossa, somente quando nos baixarmos inteiramente Cristo poderá nos levantar para ver a Sua Glória. Está escrito: "Humilhai-vos diante do Senhor e Ele vos levantará." (Jr 4, 10). Então, e só então, seremos capazes de conhecer a Vontade divina de Deus, pois Ele mostrará Seu poder após nos ter trazido do nada, e da Sua presença escorrerá pelo deserto das nossas almas como um rio, curando-nos. Então, quando nossa saúde estiver restaurada, nossa alma nos proibirá de cair novamente e de absorver o veneno que estávamos bebendo na nossa patética divisão. Nós só teremos um desejo que é termos sede do puro líquido vivificante que nos dá vida. Além disso, este puro e límpido líquido não somente nos curará, mas seremos inundados de misericórdia e de amor. Tendo então proporcionado ao Espírito uma passagem livre, ele nos invadirá suavemente prodigalizando em nós com Sua luz verdadeiramente, dando-nos uma total metamorfose, transfigurando-nos num céu.
O Senhor me permitiu uma vez ouvi-Lo dizer estas palavras: "Se permitirdes que o Meu Espírito Santo vos invada, Ele pode transfigurar a vossa alma de um deserto em um jardim, onde Eu possa ter o Meu descanso em vós. O Espírito Santo pode transfigurar a vossa alma num lugar onde Eu possa ser Rei e reinar sobre vós. O Espírito Santo pode transfigurar a vossa alma num céu onde vós possais Me glorificar." Para alcançar a unificação devemos passar por uma transfiguração e, pelo longo tempo que passamos sem conseguirmos compartilhar do mesmo Cálice em torno do mesmo altar, isto prova que esta transfiguração ainda não aconteceu dentro de nós, pois ainda vivemos fragmentados. Então, passemos pela metanóia para possibilitarmos que essa transfiguração aconteça pelo Espírito Santo. Sem essa transfiguração seremos incapazes de penetrar nas profundezas de Deus, para vê-Lo e entende-Lo. A visão da Cabeça de Deus converterá, sem dúvidas, o nosso coração numa unidade. Na experiência da visão de Deus, nossa alma realmente se dará conta do quanto nós O estávamos ofendendo na nossa divisão. Isto será como um ato de purificação ou um pequeno juízo, mas será o início da nossa nova vida no Cristo unificado.
Nesta transfiguração descobriremos que embora ainda estejamos entre os homens, nossa mente estará no céu; e embora nossos corpos estejam ainda se movendo entre os homens, nossa alma e nossa mente, arrebatadas pela Vontade divina, cheia da nobreza da Luz de Deus, será como o passeio de um anjo pelas cortes do céu entre os santos e os anjos, tornando-se um espírito com o Divino. Então a oração do "Pai Nosso" se cumprirá porque o reino terá vindo e a Sua Vontade terá sido feita na terra como no céu. Dai em diante todos os nossos empreendimentos serão perfeitos e realizados sem nenhuma falha, pois serão divinos e conformes com a Mente de Deus. Aprendemos que a nossa não pode ascender nunca ao céu por si mesma, mas é somente Deus quem a eleva para o céu, revelando-lhe com grande alegria os Seus Mistérios. Respondemos à súplica de Cristo para que "sejamos um," ou respondemos ao Seus chamado ou mostrando obediência ao Seu chamado, hoje poderíamos compartilhar o Seu Cálice em torno do mesmo altar e poderíamos dizer: "Estou andando com Deus e reinando com Ele agora."
A Igreja precisa ser consolidada e unificada na única esperança de consolidar a Igreja. Como está agora, a Igreja está perdendo o seu brilho na sua fraqueza a ponto de não poder sequer suster-se de pé e despejar por si mesma o óleo e o ungüento de cura da Fonte da Vida que é o Espírito Santo. Ela está temerosa de perder os seus tesouros, mas mais ainda a sua identidade, e eu diria, especialmente nossa Igreja Ortodoxa, não somente está lacrando as suas janelas, mas procurando certificar-se de que as suas portas realmente estão bem trancadas, não se apercebendo de que o seu interior adquiriu mofo. Por causa do seu medo, ela proíbe que a graça flua dentro dela, o que a levaria destemidamente à unificação e à reconciliação. Alguns que agem com medo e se certificam de que as janelas e portas estão cuidadosamente trancadas geralmente está temeroso de verem furtados os seus bens. Mas, não é somente a Igreja Ortodoxa; as outras igrejas também agem dessa forma. Por quê estão elas temerosas e se isolam? Por quê algumas ainda trancam as suas portas? Cristo não reconciliou os Gentios e os Judeus e os colocou juntos para adorar um só Cristo? Cristo não rasgou o véu em duas partes e que separava Deus dos homens, reconciliando a criatura e o Criador? Cristo não destruiu as portas do inferno e libertou os espíritos? Portanto, o que Cristo poderia ter feito a mais que ainda não fez? Por quê, então, até hoje as igrejas se trancam e levantam muralhas para manterem viva esta divisão? Se elas pelo menos deixassem de lado os seus temores, a sua rigidez e as suas suspeitas, poderia ser que hoje não estivéssemos falando sobre unificação porque já estaríamos celebrando a Santa Eucaristia em torno do mesmo altar.
Se as Igrejas estão prontas para irem além dos obstáculos negativos que as separam, obstáculos esses que, conforme as Escrituras estão em oposição ao complemento da unidade da fé, do amor e da adoração entre nós, Cristo será fiel à Sua promessa de permitir um tempo de paz no mundo inteiro. Esta paz conduzirá cada ser humano para dentro do Corpo Místico de Cristo, completando as Suas Palavras que nos foram dadas na Sua Oração ao Pai, quando Ele disse: "que eles sejam um, como Tu estás em Mim e Eu em Ti, para que o mundo possa crer que Tu Me enviaste," (Jo 17, 21). Esta súplica de Cristo ao Pai para que sejamos tão unidos, claramente entoada, para que toda a criação seja ligada numa unidade espiritual e não por um tratado assinado. Mas, tal unidade espiritual que envolverá a criação inteira não pode ser feita sem que o Espírito de Deus conceda o Seu Poder à humanidade. O Espírito Santo, então, suscitará novos apóstolos para irem evangelizar o mundo e converter para Cristo a fé do mundo inteiro. Considerando nossa remanescente divisão, posso dizer que a Igreja nesse particular mostrou a sua fraqueza.
Ainda, apesar da nossa miséria, o Espírito Santo de graça não se deterá ali, por causa das nossas falhas humanas, nossas ambições e nossa incapacidade de diminuirmos a nós mesmos e de reconciliar-nos para alcançarmos a unidade. O amor de Cristo pela humanidade O impele, nos dias de hoje, a se inclinar das alturas sempre para nós com o Seu Preciosíssimo Sangue para ocultar estas imperfeições. O Espírito Santo conhece as nossas fraquezas e falhas, portanto ninguém pode dizer que o Espírito Santo deixou de derramar as Suas Graças; Ele permanece lá, fazendo muito barulho para que finalmente até mesmo os surdos que se fecharam e si mesmos possam ouvi-Lo e finalmente abrir as portas dos seus corações, e aqueles que estavam mortos possam reviver. Tendo deixado de viver eles uma vez mais voltem à vida.
Uma das Graças que o Espírito Santo está nos concedendo atualmente são novos apóstolos que são preparados por Deus para derramar pelos seus lábios as Palavras de Deus que ecoam neles. Mas, se as nossas mentes e os nossos corações não podem ser tocados facilmente para ouvi-las talvez seja porque nos tornamos demasiadamente técnicos e infelizmente demasiadamente racionalistas. Neste ambiente técnico a misericórdia de Cristo é maculada, bem como a simplicidade duma vida espiritual em Deus. Eis o motivo pelo qual é importante que a Igreja Ortodoxa especialmente, bem como as outras igrejas, deixem que o Espírito Santo sopre livremente dentro delas um sopro de ressurreição. Nessa ressurreição elas se erguerão e se conscientizarão de que a evangelização é uma necessidade para reconciliar o mundo que se tornou tão estranho para Deus. Evangelizar uma sociedade descristianizada significa também permitir que os povos de todas as raças e credos retornem para Deus e comecem a buscar a face de Deus. Cada criatura na terra pode se beneficiar e tendo se entregado a Deus, o Espírito Santo fará o resto e arrancará todos os obstáculos que encobrem o caminho para uma completa unificação espiritual.
Deus pede de nós uma mudança vinda do nosso interior. Haverá alguns que dirão: "Mas, nós sempre guardamos a lei da Igreja e a obedecemos..." Não basta guardar a lei da Igreja e a obedecer. A nossa dureza está nos condenando. Por muito tempo falamos da lei, mas não a trazemos no nosso coração. O coração da lei é o amor; mas, tantas vezes vivemos a letra da lei, no entanto, deixamos de viver o coração da lei. Estamos freqüentemente negligenciando as partes mais importantes da lei que são: o amor, a misericórdia e a boa fé.
Deveríamos desejar rezar mais juntos, porque as orações são ouvidas e atendidas, ao passo que os diálogos são somente palavras e fórmulas pronunciadas. Isto não significa eliminar nossas conferências e debates, como mencionei antes, de maneira nenhuma. Mas, o que é mais importante para nós, a cultura ou o Espírito? Se dissermos, a cultura, então trabalharemos como administradores quando lidamos com as coisas de Deus e não seremos justificados, nem sequer alcançaremos nada, porque será como se disséssemos ao Espírito, "Eu não sou mais uma criança e posso caminhar sozinho." A cultura, portanto, matará o Espírito e vocês se tornarão realmente administradores, mexendo somente em papéis e deixando cada encontro vazio de coração.
Pois, o que é mais importante, a lei ou o Espírito? Se dissermos que é a lei então já estaremos julgando nosso irmão que está sentado junto a nós e que pertence a outra igreja, enquanto ele estará nos julgando e ouviremos de cada um de nós: "Nós estamos na verdade completa e nóssomos os únicos que estamos certos." E novamente estaremos fragmentando Cristo e novamente não alcançaremos nada. Se começamos com a doutrina e o seu conteúdo, então acabaremos novamente talvez ainda mais separados e fragmentados, não alcançando nunca o essencial. Não quero dizer com isso que devemos violar a doutrina, pois a doutrina é a verdadeira existência da Igreja. Mas, se permitirmos que o Espírito Santo nos conduza, ao invés de tentarmos conduzir o Espírito Santo, então o Espírito estimulará a cultura e a lei e nos mostrará a verdadeira doutrina, a de que Jesus Cristo é único princípio ativo em nós, apesar das nossas diferenças na terminologia doutrinal. Por este ato de caridade, precisamos de intensa pobreza de espírito e de um transbordamento de generosidade. Então, deixem que o nosso diálogo doutrinal comece com o Espírito Santo. Deixem que Ele seja o único que nos conduza pelo braço, para nos mostrar, no nosso coração, que a essência da doutrina deve ser baseada no amor, no sacrifício, na redenção e numa total serenidade.
O pecado de nossa divisão
Se nos dividimos e permanecemos divididos, é por causa da nossa intolerância uns para com os outros e do nosso espírito de orgulho. Temos buscado o sinal distintivo da fé, que é o amor divino, como Cristo disse sobre a virtude do amor, "Por isto todos os homens saberão que sois Meus discípulos, se vos amardes mutuamente." Agora, o amor de Cristo o impele a lamentar a ilimitada misericórdia sobre a nossa divisão, esta divisão que trouxe sobre nós esta aridez e dureza de coração devastando a Igreja e trazendo uma apostasia generalizada ao mundo Cristão. O mundo de hoje recusa dar glória a Deus e estamos vivendo num tempo em que todo bem é transformado em mal. Os Cristãos estão incessantemente sendo descristianizados por causa da nossa divisão, da mesma forma, ou estão constantemente caindo no erro. Olhe à sua volta e veja: uma parte da Igreja foi cegada pela sua mente racionalista. Enquanto apelarem para o seu próprio espírito, eles continuarão a caminhar nas trevas. Continuarão a proclamar suas leis, ao invés da Lei de Deus. Tentarão transformar a Tradição da Igreja em ornamentos e analogias humanas, sem a Verdade que é o Cristo. Devemos rezar por aqueles Cristãos que facilmente reduzem a divindade de Cristo, ao roubar da Igreja, não somente os seus ícones, estátuas e valores, como também da Presença real de Cristo na Eucaristia. Se eles proclamam Cristo como Rei e glorioso, afirmando sua força, proclamando seu terrível poder, cantando-Lhe louvores, reconhecendo a Sua Onipotência e as suas poderosas maravilhas, devemos perguntar-lhes: por quê Cristo se tornou para eles uma pedra de tropeço quando vem medir a grandeza da Sua Divindade na Sua Presença na Eucaristia? Se não virem a Sua Divindade com olhos espirituais, eles continuarão a ser como homens entorpecidos que não conseguem entender nada do que se lhes diz.
O Senhor permitiu-me ouvir d'Ele estas palavras: "Eu Sou o Sacerdote Supremo sobre toda a Minha Casa, esta Casa que o homem impiedosamente dividiu na sua falta de amor; portanto, posso continuar a ver a Minha Casa dividida e numa tal rebelião e não intervir? Dá-se à Minha Eucaristia cada vez menos importância. Que todas as raças saibam que a Minha Carne e o Meu Sangue vêm da Minha Mãe, Meu Corpo vem da Santíssima Virgem, de puro sangue..."
Pretensão e elogios nunca enganaram Cristo, mas, quando adotarmos um amor mútuo que nos conduza à paz e à compreensão mútua, o Seu Espírito se rejubilará. Como é que podemos esperar que o Seu Espírito se rejubile, quando cada festa da Páscoa que passa, as datas não estão unificadas, e ainda não estão unificadas oficialmente mesmo quando acontecem por coincidência como neste ano? Como pode o Seu Espírito se alegrar quando os membros do Seu Corpo Místico ainda estão separados como os ossos secos na visão de Ezequiel? Nós estamos acintosamente nos rebelando contra Deus e contra todos os poderes celestes. Estamos destemidamente transgredindo as Sua Lei de Amor diante do Seu Trono. As Escrituras dizem:"Aquele que sabe o que é certo que deve ser feito e não faz, comete um pecado." (Jm 4, 17) As Escrituras não mentem e não podem ser rejeitadas.
Além disso, como podemos esperar que a Igreja seja acreditada diante dos olhos do resto do mundo quando ela prega a paz, o amor, a unidade, a fraternidade e a reconciliação a nações que estão massacrando os seus povos, quando nós, ao mesmo tempo, no nosso próprio interior, estamos massacrando o Corpo de Cristo ao atirarmos tantas flechas venenosas uns nos outros? Nós, a casa real de Cristo, trocamos a nossa glória pela vergonha. Deus está chamando a todos nós, e nos convidando a sermos um, para que o mundo creia. (Jn 17, 21). Pois, só quando a Igreja estiver curada pela unificação e retomado a sua força, ela poderá ser capaz de reconciliar o mundo com Deus. Ao mesmo tempo, consolidada como estará, ela será capaz de contrariar todos os poderes das trevas que obscureceram o mundo e contradizer o domínio do maligno que nos mantém separados.
O papel do Espírito Santo em nos conduzir a uma unificação espiritual
É somente o Espírito Santo de graça que pode fazer a Igreja progredir rapidamente para a unificação fazendo-nos superar nossos temores de seguirmos adiante. O Espírito Santo está aí para queimar até as raízes tudo o que nos mantém divididos e nos retarda no ato de união. O maligno, evidentemente, está certo disto e continua criando sublevações ali onde normalmente não aconteceriam, de maneira atroz obstruindo o trabalho da Igreja e fazendo retardar a unificação. É por isso que eu acho que é muito importante submeter-se ao Espírito Santo e dar mais atenção aos carismas que Ele dá à Igreja. Devemos parar de extinguir o fogo do Espírito Santo que pode iluminar o interior da Igreja. No entanto, é importante deixar-nos dirigir pela graça e não pelo medo. Deixem que o Espírito Santo seja como uma Parusia dentro da Igreja.
O Corpo de Cristo, a Igreja, como sabemos, sempre cresce através do Espírito Santo e continuará a crescer até o último Dia, porque Cristo é a rocha, o construtor da Igreja, bem como o Pastor do Seu povo. Cristo é o Sacerdote Supremo sobre toda a Sua Casa, esta Casa que o homem impiedosamente dividiu na sua falta de amor. A beleza e a glória e o fruto que uma vez Ele nos deu no começo da sua existência, está caindo agora como frutos apodrecidos. Se isto está errado, onde está a Igreja Apostólica na sua avidez de testemunhar o Cristo, para deixar-se colocar sobre o altar do martírio, para humilhar-se a si mesma na arena da vergonha e da dor ao invés de negar o Cristo? Onde está aquela fé fervorosa de discípulos que queimava com desejos de uma evangelização global? Ó, Cristo, quantas vezes mais o Vosso Precioso Corpo deve ser perfurado e lancetado e fragmentado antes que nos demos conta de que podemos ter dividido o Vosso Corpo como instrumentos do próprio "divisor". Nós o fizemos involuntária e desgraçadamente. Ajudai-nos a encontrar e a preservar aquele resto tão sagrado que se chama Vossa Igreja. Ajudai-nos a unifica-la novamente. Uma Igreja unificada determinada a receber a Vossa Segunda Vinda como uma revelação universal.
Embora saibamos que existe um abismo ontológico entre o Espírito Santo e nós, ele pode ser removido pelo Espírito Santo e Ele pode nos elevar para nos mostrar que o verdadeiro Cristão é aquele que é indivisivelmente Cristão, e que a verdadeira união espiritual acontece e acontecerá no coração. A unificação não acontecerá pela letra, mas pelo Espírito.
Na verdade, com relação ao quanto nós esperamos da Igreja, com relação a como vemos as suas falhas e os seus triunfos, com relação à Cruz da unificação que pusemos nos seus ombros, afinal, sabemos por experiência que esta Cruz será levada pelos puros de coração. Se estivermos decididos agora pela unificação, então devemos abrir os nossos corações e receber aquelas almas que nos são dadas pelo Espírito Santo. Quando nós finalmente tivermos acreditado que são os puros de coração os que desejam carregar a Cruz da unificação nos seus ombros, então teremos um campo completamente aberto no qual podemos começar a semear as sementes de uma verdadeira unificação Cristã que converterá o mundo e o perfumará. As igrejas devem permitir ao Espírito Santo, que é a fonte interior da unificação Cristã, que as renove e perfume em primeiro lugar, depois, por sua vez elas perfumarão nações após nações, fazendo-as unificarem-se na Verdade, perfumando, portanto, o Corpo Místico de Cristo. Então as igrejas, especialmente nossa Igreja Ortodoxa, deve ter o cuidado de não extinguir o Espírito e perseguir a variedade de Dons que Ele distribui para o verdadeiro bem da Igreja, mas que permita que a Sua Chama purifique e reaviva o interior da Igreja para faze-la progredir numa unificação espiritual.
O Espírito Santo chama para as Suas Bodas e também para a unificação e diz:
"Reza para que Eu, a absoluta plenitude de Deus, a expressão do vosso espírito, a luz dos vossos olhos, desça ao meio de vós, para mostrar ao mundo como estava no erro, para mostrar às igrejas a iniqüidade da sua divisão e como - embora eles declarem diariamente que há senão um só Senhor, uma só fé, um só batismo e um só Deus que é Pai de todos, acima de todos, através de todos e em todos - elas faltam à caridade uns para com os outros. Nós não podemos dizer: "tu fizeste tudo para preservar a União que Eu te ofereci no princípio quando eras ainda uma criança e estavas ainda nos Meus braços. Hoje, tu dizes: "eu já não sou uma criança e posso caminhar por mim próprio"e, a partir de então, tu abandonaste o Meu abraço e habituaste os teus passos a percorrer o teu próprio caminho... Oh, filhos de Deus Pai! fruto do Filho! Minha Cidadela e Minha Esposa! O teu perfume abandonou-te... haverá ainda em ti alguns sobreviventes, quando Eu descer em plena força? (9.11.1994 - "Verdadeira Vida em Deus")
Acho que também já é tempo de pararmos de criar novos Getsêmanis para Nosso Senhor. Ao contrário, vamos colocar grinaldas de amor na Cabeça de Nosso Senhor. Terminarei dizendo que a unificação virá somente quando todos começarmos verdadeiramente a amar Jesus Cristo.

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